Queridas mamães estou contando um pouco da aventura do meu filho quando foi estudar fora do Brasil, portanto se você quiser conhecer a 1a. parte desta história segue link aqui.
Chegada em Dublim - Hora de testar o inglês. Passar pela alfândega, pegar um taxi e chegar na casa dos Sullivan. Conhecer a família e seu quarto e fazer o primeiro pedido: Please, can I call my family at Brasil?
Parecia que o dia não passava aqui no Brasil. "Eu já contei que chorei tanto que descobri uma receita ótima para diminuir olheiras pós choradeira “bolsa de gelo sobre as pálpebras” .
Quando o telefone tocou era por volta das 20 hs e do outro lado da linha o Sr Sullivan falando inglês. Meu marido, o único que falava inglês aqui estava no banho e eu comecei a gritar achando que era da imigração. De repente o Marcelo falou: OI MÃE, ACHO QUE O SR SULLIVAN FICOU SURDO. CHEGUEI BEM. QUANDO FOR NA CIDADE AMANHÃ OU DEPOIS TE LIGO. BJS
Na segunda feira ele deveria ir até a escola para finalizar a matricula fazer a prova de nível de inglês (estava tão bom, que no lugar do curso de inglês foi proposto a ele um curso de marketing) conhecer a cidade para já começar a procurar emprego.
É bom lembrar que antes da viagem pesquisamos (ele principalmente) muitas comunidades no Orkut onde jovens que estavam na Irlanda davam dicas de praticamente tudo (locais para procurar emprego, fazer curriculum, como conseguir passe de ônibus, preço de alimento, hospedagem e baladas claro!)
Para entender um pouco do que foi esse momento segue um texto escrito pelo Marcelo:
“Na casa dos Sullivan foi difícil acostumar com a comida da Ivone e deixar de comer o feijãozinho da mamãe todos os dias, rsrsr . Por outro lado, dividir o quarto com outra pessoa que eu nunca vi na vida e nasceu há milhares de quilômetros, longe do Brasil, numa ilha no sul da África (Mauritius) e que tem a cultura MUITO diferente da minha, foi muito louco também.
Logo nos primeiros dias fui num lugar onde me ajudaram a fazer meu currículo para conseguir emprego. Bati em milhares e milhares de restaurantes e praticamente qualquer porta que via pela frente. Era trabalho de garçom, kitchen porter (lavador de pratos), cleaner (faxineiro de restaurante, bar e etc...
Tentar entender o sotaque deles foi muito difícil. Eu falava: “Sorry, repeat, please". Mas assim como aqui tem muita gente legal que tem a maior paciência com o estudante estrangeiro, principalmente se for brasileiro. (Irlandês tem um dos sotaques PIORES de se entender no mundo - é o que dizem todas as outras pessoas que viajaram pra outros lugares que falam inglês)
Começar a trabalhar numa coisa completamente diferente (dois meses antes eu estava participando de uma reunião apresentando um projeto para aumentar a eficiência econômica das concessionárias de caminhões e ônibus) e agora eu estava tomando “esporro” de um cara só porque eu peguei o prato errado na cozinha, ou servi a mesa errada (ordem de chegada dos clientes) foi difícil
Depois fui trabalhar num hotel. A cozinha e salão de jantar eram “master blaster, ultra, mega luxuoso (coisa para milionários mesmo) algo que eu nunca havia chegado perto aqui no Brasil.
Uma vez trabalhei no Buffet de recepção do casamento de um jogador da liga principal de Dublim. Só tinha mulher gata. Trabalhei também em um evento no Jóquei Club onde cada garçom servia uma única mesa e a mulher do casal queria ficava falando que queria que a filha dela estivesse presente. Ganhei 100 euros de gorjeta neste dia. rsrrs
Também entreguei folheto na rua e no final da noite naquele puta frio tinha que sair pelo caminho para ter certeza de que ninguém havia jogado o folheto no chão senão tinha que pagar multa (eles são muitos educados na Europa isso dificilmente acontece).
Amigas vou continuar essas e outras aventuras no próximo post, mas antecipo a todas vocês que SÓ FIQUEI SABENDO DE TUDO ISSO QUANDO ELE RETORNOU PARA O BRASIL, É CLARO, NÃO TERIA SOBREVIVIDO UM ANO RSRSRSR